
O carnaval é sinônimo de alegria, com seus excessos e risos. Para os pequenos é a possibilidade de brincar sem limites, para os maiores, uma época de transgressão das normas, que ficam suspensas momentaneamente, daí a função catártica desta festa em um mundo em que há regras.
O Carnaval permite a inversão de papéis com o uso de “fantasias” e as questões tidas como moralizantes são postas em segundo plano em um tempo de folia.
Mas este aspecto rebelde, transgressor, tem entrado na mira de grupos que não se veem bem representados nas temáticas carnavalescas: sejam nas músicas ou nas vestimentas.
O Brasil tem um histórico escravagista e machista, e gerou ao longo dos anos enredos cujos temas soam politicamente incorretos para alguns. Ao mesmo tempo em que outros grupos parecem “protegidos”, sendo pouco ironizados nas letras das marchinhas.
O cômico e o grotesco, que deveriam ser naturalizados no período de Carnaval, deixaram de ser aceitos e são mesmo condenados para alguns, pois carregam em si temas sociais e políticos que passaram a ser questionados. Como por exemplo, o de homens se vestirem de “mulheres”, ou fantasias de políticos corruptos, ou ainda trajes alegóricos sobre minorias: indígenas, ciganos, moradores em situação de rua, etc.
Estaríamos vivendo um momento de reflexão em face de causas justas? Ou um movimento de antitransgressão à transgressão que os corpos e os modos se permitem neste movimento genuíno que é o Carnaval?
Leia mais em:
Corpo e transgressão em Bakhtin e Bataille: um debate de excessos - Anderson Lopes da Silva
https://www.scielo.br/j/bak/a/NQRdTznFxmd77hySpBWRJwH/?format=pdf&lang=pt
Homens se fantasiarem de mulheres
https://memoria.ebc.com.br/cultura/2014/03/habito-de-homens-se-fantasiarem-de-mulher-no-carnaval-e-um-ritual-de-inversao
Interdito sobre fantasias
https://www.instagram.com/nohs.somos/
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