O tema da transmissão familiar é tratado em áreas de estudos tanto da abordagem sistêmica quanto da psicanalítica. Pode-se falar da transmissão intergeracional de padrões de comportamento, de regras e valores, de lendas, e sagas em torno de personagens emblemáticos da história familiar.
Esse tipo de transmissão é importante para o sentido de pertencimento e para a preservação da identidade familiar. A família atual é um elo numa cadeia transgeracional na qual sua história presente se inscreve e onde ela encontra suas referências identitárias. Desse modo, a transmissão assegura a perpetuação de um modo de reconhecimento e de afiliação, mantendo um elo com as gerações ascendentes através da afirmação das raízes da ancestralidade.
Pode-se também falar de uma transmissão transgeracional de conteúdos inconscientes, muitas vezes ocultados por segredos e, justamente, pelos mitos e histórias que a família conta. Nesta dimensão, o que é transmistido é uma espécie de mandato inconsciente para que as gerações descendentes possam dar conta de conteúdos que as gerações precedentes não conseguiram elaborar.
De um modo ou de outro, conhecer o legado herdado através das gerações é importante na construção da própria identidade e da liberdade para escolher o que perpetuar ou não.
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