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Dica de filme: Sky Rojo


O dia internacional da mulher é, assim, tanto um lembrete da luta feminista pelos direitos sociais, econômicos e reprodutivos, quanto da valorização da metade feminina do planeta tradicionalmente desprezada, para dizer o mínimo, pela outra metade masculina.


Passadas já tantas décadas em que esta data é comemorada, é chocante constatar a ainda condição geral da mulher no mundo. O seriado espanhol não menos chocante, Sky Rojo, à parte as cenas de ação e violência gratuita, denuncia explicitamente o drama das mulheres presas nas malhas do tráfico humano, submetidas a abusivas e desumanas fantasias masculinas.


Difícil mapear em que momento da história a mulher e sua sexualidade se tornaram desprezíveis, considerando, estranhamente, que a mesma sexualidade e o mesmo corpo feminino são necessários à procriação e continuidade da espécie. Se as religiões, ao associar sexo e pecado, contribuíram para este grande equívoco, se a prostituição se tornou um modo de sobrevivência, no início da era patriarcal, em um mundo sem outras oportunidades para mulheres livres, em que ponto a mulher perdeu a condição de ser humano?


Na IV Conferência Mundial sobre a Mulher, em 1995 em Beijing, esse foi um importante tema da discussão: a questão primordial do movimento feminista é como devolver à mulher o status de ser humano. Quase trinta anos depois, parece que avançamos pouco. O tráfico humano – como terceiro grande comércio mundial depois das armas e das drogas – , o sexo não consentido e os estupros coletivos, sinalizam que somos, ainda, nada evoluídos como sociedade.


Cabe aqui lembrar do papel educacional das instituições, em como meninos e meninas vêm sendo criados. Novamente, é preciso trabalhar com os dois lados dessa moeda: mulheres e homens terão que ser alçados à humanidade juntos se quisermos evoluir. O valor desta série está, justamente, em provocar esta reflexão.

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